A semente de “Dona Coisa” foi plantada em 2002, quando a atriz e produtora Janaína Mendes leu o conto “Obscenidades para uma dona de casa”, de Ignácio de Loyola, e se apaixonou pela história. A ideia de trazer à vida uma mulher “quase desesperada”, cuja rotina é transformada por eventos inesperados, começou a tomar forma na mente de Janaína. Ela sabia que aquela não era uma história comum, mas sim uma jornada íntima e perturbadora que merecia ser contada.

Para dar vida à personagem, Janaína criou um grupo no Facebook, onde colheu depoimentos de mulheres que viveram situações semelhantes. Esse espaço tornou-se um laboratório de criação, ajudando a moldar a narrativa e a profundidade emocional da peça. Com o tempo, o projeto ganhou forma, mas o caminho até o palco não foi fácil. Foi necessário uma campanha de financiamento coletivo e o apoio de amigos e profissionais do meio teatral para transformar o sonho em realidade.

A peça, co-produzida pela Wallaroo Corp. sob a produção executiva de Aimée Borges, estreou como um monólogo poderoso. A história acompanha DC Silva, uma dona de casa dedicada que começa a receber cartas de um desconhecido. O conteúdo das mensagens, que ela considera obsceno, a leva a um estado de angústia e questionamento. Quem está por trás das cartas? O que elas realmente significam?

“Dona Coisa” é uma experiência que mergulha nas complexidades da mente humana, explorando temas como desejo, moralidade e as fronteiras do cotidiano. Com uma narrativa cheia de suspense voluptuoso, a obra desafia o público a refletir sobre o que é considerado normal — e o que está escondido nas sombras de nossas vidas.