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Olá galera! Para começar o meu blog, vou falar um pouquinho sobre mim.

Tudo começou quando eu era bem pequena, 4 anos de idade para ser mais precisa. Eu andava toda torta e o meu médico indicou botas ortopédicas para que eu utilizasse no dia a dia. Não durou muito tempo pois minha mãe não aguentava passear comigo com pessoas apontando dizendo que eu estava com os sapatos trocados. Foi então, que o tal médico disse “coloque essa menina no ballet!”. Sabias palavras eu diria!

Aos 9 anos e ainda no ballet, falei com minha mãe que eu queria ser bailarina profissional, trabalhar fora do Brasil, na Rússia ou nos Estados Unidos. Para isso, fiz a prova para a Escola Estadual de Danças Maria Olenewa, a tal escola do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. De cara, não passei! Eu sempre tive dificuldades com elasticidade e na época era o que mais contava.

Não era hora de desistir, e o fato de não passar me motivava mais a seguir aquele caminho. Passei 1 ano me dedicando loucamente, fazendo aulas em tudo quanto era lugar. Lembrando que eu nessa época só tinha 10 anos! E enfim, fiz novamente o teste e passei. Eu me lembro de estar perplexa de felicidade na hora do resultado pois era a minha primeira conquista de muitas que eu almejava para minha vida. Ali começava uma nova jornada.

Passei 5 anos naquela escola, não cheguei a concluir o curso. Mas durante esse tempo, me dediquei a escola e a um intercâmbio cultural que traziam professores da Rússia para o Brasil, sendo mais específica da Escola Vaganova, aquela considerada a melhor do mundo. Nesse meio conheci uma russa chamada Liudmila Polonskaya e um argentino Diego Lopes. Ambos foram meus “pais”. Ela me ensinou a ser forte e ele a dançar com a alma.

Aos meus 15 anos veio a crise da adolescência onde eu me coloquei à prova, indo para o festival internacional de Brasília. Uma loucura só! Mas foi alí que eu vivi minha primeira realidade profissional. Lá não existia amizade, era cada um por si, uma solidão terrível misturada com um alto nível competitivo. Quando voltei para o Rio, decidi levar a dança como hobby e pensei em fazer alguma faculdade.

O pensamento durou 1 ano e a dança veio atrás de mim só que em outra área. Recebi uma proposta de conhecer a Dança de Salão em uma filial do Jaime Arôxa na Tijuca. De cara eu pensei “Dança de Salão? Isso não é coisa para velho?”. É o que todo mundo pensa inicialmente, sempre rola esse preconceito. Mas fui convencida a aceitar pois tinha aula de Zouk, e eu tinha uma certa curiosidade quanto a essa modalidade. E foi assim que entrei nesse mundo novo e explorando outras vertentes. Hoje, eu digo que Dança de Salão é para todos e não importa a idade.

Em duas semanas acabei me apaixonando e decidi que era aquilo que eu iria me dedicar. Passei 2 anos na filial e acabei indo para a Matriz em Botafogo para entrar de cabeça e fazer parte da Cia. de Dança Jaime Arôxa onde o mesmo me convidou após me conhecer no seu primeiro curso profissionalizante.

Foram alguns anos pela Cia. e muitos trabalhos realizados. Mas eu sempre pensei em ser independente e queria fazer algo que me levasse para fora do Brasil. Acabei saindo da escola e fui chamada para dar aulas e coreografar em uma nova escola em Niterói, durou 1 ano, pois logo depois surgiram propostas para workshops e viagens. Foi onde dei aula no Congresso Internacional de Zouk em Porto Seguro (Berg’s Congress), Workshops em Moscou e São Petersburgo e dancei e coreografei em um Hotel Cassino em Macau-China.

Foram experiências incríveis onde pude ver o mercado de outra forma. Aconselho a qualquer pessoa que esteja saturada, ou não, a passar um tempo fora do Brasil trabalhando. Você volta com outra cabeça e isso se quiser voltar!

Eu voltei, e talvez tenha sido meu maior erro. Mas coisas boas aconteceram e uma delas foi a oportunidade de poder abrir a minha própria escola. Eu cuidava da parte administrativa, dava aulas, coreografava e dançava, era muito bom até que me vi presa a algo muito maior do que imaginava. Ter um negócio aos 23 anos e não poder viajar e ser livre para fazer qualquer tipo de escolha, pois tudo influenciava na minha imagem, no meu trabalho, na minha vida, e era complicado.

E como já falei antes, eu sempre almejava algo maior. Sempre quis dançar, cantar e atuar, só que para isso exigia tempo e dedicação no qual naquele momento eu não teria e durante uns 3 anos não aconteceria. Foi quando resolvi mudar e seguir um novo caminho. Larguei tudo, recomeçar nunca é demais quando não se está feliz com o que faz, deixei minha escola com meu sócio e fui investir em outras áreas entre elas: atuação, fotografia, produção e outras coisas mais.

Foi então que surgiu o convite do Daniel Gravelli para integrar a Wallaroo Corp. De cara eu imaginei que seria super interessante, porém teriam imensas dificuldades, por eu ter que conhecer um outro mundo na velocidade da luz. Mas eu sempre me dediquei a tudo que desejava, daquela vez não seria nada diferente!

E foi assim que eu vim parar por aqui e já fazem 2 anos! Eu sempre coloquei na minha cabeça: “Não importa quantas vezes você vai mudar o seu caminho ou o que você vai fazer, contanto que faça o que te faz feliz!”.

Eu nunca fiz o que a minha mãe ou o meu pai queria, muito menos o que a minha família almejava. E sei que, se tivesse feito, não seria tão feliz quanto sou hoje. Pois o que mais preso é a minha liberdade! Liberdade de escolhas, pensamentos, desejos, seja lá qual for, eu não vivo sem ela!

A.B

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